Hoje, dia 14 de abril de 2022, é o dia de conscientização e combate à doença de chagas.
A doença de Chagas, também conhecida como ”Tripanossomíase Americana,” é uma doença parasitaria que apesar de não ser tão conhecida como a malária e a cólera, afeta de seis a sete milhões de pessoas em 44 países no mundo. Na América Latina, a doença de Chagas é endêmica em 21 países, onde 75 milhões de pessoas estão sob risco de infecção e 14 mil podem morrer por ano. No Brasil, estima-se que existam hoje 4,6 milhões de pessoas afetadas pela doença. Trata-se de gerações de pessoas vivendo com Chagas, a maioria na invisibilidade por não ter sido sequer diagnosticada e, portanto, alheia às possibilidades de tratamentos existentes.
Em 2020, em apenas cinco meses, o Brasil registrou 1.746 mortes por doença de Chagas como causa básica. No entanto, pela falta de conhecimento da doença e, consequentemente pouco diagnóstico e notificação, é possível que exista um grande número de casos sem registro, principalmente durante o período de pandemia da COVID-19.
Como prevenir a doença?
A prevenção da doença de Chagas está intimamente relacionada à forma de transmissão.
Uma das formas de controle é evitar que o inseto “barbeiro” forme colônias dentro das residências, por meio da utilização de inseticidas residuais por equipe técnica habilitada.
Em áreas onde os insetos possam entrar nas casas voando pelas aberturas ou frestas, podem-se usar mosquiteiros ou telas metálicas.
Recomenda-se usar medidas de proteção individual (repelentes, roupas de mangas longas, etc.) durante a realização de atividades noturnas (caçadas, pesca ou pernoite) em áreas de mata.
Quando o morador encontrar triatomíneos no domicílio:
- Não esmagar, apertar, bater ou danificar o inseto;
- Proteger a mão com luva ou saco plástico;
- Os insetos deverão ser acondicionados em recipientes plásticos, com tampa de rosca para evitar a fuga, preferencialmente vivos;
- Amostras coletadas em diferentes ambientes (quarto, sala, cozinha, anexo ou silvestre) deverão ser acondicionadas, separadamente, em frascos rotulados, com as seguintes informações: data e nome do responsável pela coleta, local de captura e endereço.
Em relação à transmissão oral, as principais medidas de prevenção são:
- Intensificar ações de vigilância sanitária e inspeção, em todas as etapas da cadeia de produção de alimentos suscetíveis à contaminação, com especial atenção ao local de manipulação de alimentos.
- Instalar a fonte de iluminação distante dos equipamentos de processamento do alimento para evitar a contaminação acidental por vetores atraídos pela luz.
- Realizar ações de capacitação para manipuladores de alimentos e de profissionais de informação, educação e comunicação.
- Resfriamento ou congelamento de alimentos não previne a transmissão oral por T. cruzi, mas sim o cozimento acima de 45°C, a pasteurização e a liofilização.
As instituições de pesquisa vêm investindo em aplicativos gratuitos para a identificação de triatomíneos. A Fiocruz – Minas Gerais desenvolveu um aplicativo gratuito para identificação de triatomíneos, Triatokey, no qual o usuário responde perguntas sobre características visíveis do inseto a ser identificado. Logo após, acontece um processo de eliminação, por meio das perguntas, que estreita as possibilidades chegando-se ao gênero do animal e a um pequeno número de espécies dentro daquele gênero, sendo de grande utilidade nas atividades de vigilância.